Os consumidores de shoppings continuam sendo um motor relevante para o varejo físico no Brasil. A pesquisa de julho de 2025 (n = 1.003 entrevistados) revela preferências claras por canais de comunicação, categorias-âncora e formatos de atendimento — com um ponto crucial: a geração do comprador (Z, Y, Boomers) influencia mais o comportamento do que a renda. Para varejistas e gestores, entender essas diferenças é determinante para acertar estoque, comunicação e operação omnicanal.
Perfil dos consumidores de shoppings
A geração molda motivações e escolhas de canal com mais força que a renda:
- Geração Z (até 27 anos) privilegia descoberta rápida, influência de redes sociais e conveniência do app/WhatsApp para tirar dúvidas e fechar compra.
- Geração Y (Millennials) busca equilíbrio: pesquisa digital, avaliação de preço/variedade e experiência de loja (experimentação, troca rápida).
- Boomers valorizam atendimento presencial e credibilidade de marcas-âncora, com menor apelo de canais digitais assíncronos.
Implicação estratégica: segmente por coortes geracionais e “jobs to be done” (descoberta, comparação, presente, troca), e só depois refine por faixa de renda.
Canais de comunicação preferidos
- WhatsApp lidera com 56% como canal de contato e atendimento, à frente de outros meios.
- Boomers preferem presencial, com baixa adesão a chat e e-mail.
- E-mail e chat online têm baixa relevância transversal, especialmente para decisões rápidas.
Como agir
- Estruture atendimento via WhatsApp com catálogo, carrinho, link de pagamento e handoff humano em até 2–3 minutos.
- Nas lojas, garanta time treinado para Boomers (argumentação consultiva, demonstrações, troca simplificada).
- Reposicione e-mail como mídia de relacionamento (ofertas personalizadas e pós-venda), não como canal de resolução imediata.
Marcas que atraem consumidores
As categorias que mais impulsionam visitas e tempo de permanência são moda e beleza/cosméticos, com forte papel de marcas-âncora:
Moda: Renner, C&A, Riachuelo, Zara
Beleza/Cosméticos: O Boticário, Natura, Sephora
Por que atraem
- Sortimento amplo e renovação rápida (novidades constantes).
- Preço/valor competitivo por faixa de público.
- Experiência tátil (provar, testar, combinar looks e fragrâncias) e serviços (troca, presente).
Aplicação prática: use âncoras para gerar tráfego e integrar com lojas satélites via ações cruzadas (vitrines temáticas de corredor, cupons interoperáveis e eventos de estilo/beleza).
Diferenças por geração e renda
- Gen Z: busca novidade e expressão pessoal; responde bem a drops, collabs e ativações curtas. Conversão cresce com social proof e checkout por WhatsApp.
- Gen Y: valoriza conveniência + qualidade; sensível a programas de fidelidade e omnicanalidade (compre online, retire na loja, troque em qualquer unidade).
- Boomers: priorizam confiança e serviço; merchandising claro, atendimento consultivo e políticas de troca transparentes.
Renda modula o ticket e a escolha de marca dentro da mesma jornada. Para o mesmo objetivo (ex.: renovar guarda-roupa), perfis de renda escolherão lojas distintas, mas os gatilhos (serviço, variedade, agilidade) permanecem.
Oportunidades estratégicas para shoppings e varejistas
1) Personalização por geração (sem excluir renda)
- Segmentos no CRM: Gen Z (novidades, combos, cupons de baixo atrito), Gen Y (benefícios e conveniência), Boomers (serviços e confiança).
- Ofertas e comunicação “por ocasião” (trabalho, viagem, presente, autocuidado).
2) Integração físico–digital
- Estoque unificado e promessa real de prazos para clique-e-retire.
- QR codes em vitrine para tamanhos/cores e reservas em provador.
- Atendimento proativo no WhatsApp pós-vitrine (recaptura de interesse por geolocalização opt-in).
3) Potencial das marcas-âncora
- Calendário de eventos de tráfego (lançamentos, consultorias, workshops) em parceria com âncoras de moda e beleza.
- Bundles cross-lojas: exemplo, compra na âncora de moda libera serviço de make ou desconto em fragrância.
4) Orquestração de canais
- WhatsApp (56%) como frontdoor: fluxo padronizado, SLA visível e resolução em primeiro contato.
- Presencial premium para Boomers: treinamento em abordagem, linguagem clara de preço e benefícios, “fila zero” com mobile POS.
- E-mail e chat como apoio: conteúdo editorial (tendências, guias) e atendimento assíncrono para casos complexos.
5) Métricas que importam
- Taxa de conversão por canal (WhatsApp vs. loja), tempo de resposta, NPS por geração.
- Trade-up e cross-sell por âncora (moda → beleza; beleza → acessórios).
- Footfall e dwell time em eventos sazonais.
Conclusão: o futuro dos consumidores de shoppings
Os consumidores de shoppings em 2025 consolidam três vetores: digitalização do relacionamento (WhatsApp na liderança), força das categorias moda e beleza como ímãs de tráfego e decisões guiadas por geração mais do que por renda. Vence quem:
- Personaliza experiência por coorte geracional e ocasião de compra.
- Conecta fisital com estoque unificado e atendimento ágil.
- Alavanca âncoras para gerar fluxo e elevar o ticket via parcerias internas.
Para gestores e varejistas, a recomendação é clara: reorientar CRM, operação e calendário promocional para refletir esses hábitos — e transformar tráfego em relacionamento de longo prazo.