A economia prateada no Brasil — formada majoritariamente por consumidores 50+ — já movimenta volumes que mudam o jogo no mercado de consumo. Em 2024, esse público somou R$ 1,8 trilhão em consumo e pode alcançar R$ 3,8 trilhões nos próximos anos. Para marketing e beleza, é um sinal claro: entender necessidades reais, mensagens eficazes e canais preferidos desse segmento é estratégia de crescimento, não de nicho.
O que é economia prateada
É o conjunto de atividades econômicas impulsionadas por pessoas com maior longevidade e participação ativa na vida social e digital. Na prática, envolve categorias como beleza, bem-estar, saúde, serviços financeiros, lazer e conveniência, com maior demanda por qualidade, segurança e atendimento confiável.
Peso no consumo nacional
- R$ 1,8 trilhão em 2024.
- Potencial de R$ 3,8 trilhões nos próximos anos.
- Implicação: marcas que estruturarem portfólio, comunicação e distribuição para o 50+ capturam ticket médio mais alto e recorrência.
Tática: segmentar por necessidade (pele madura, cabelos grisalhos, bem-estar diário) e por contexto (trabalho, social, atividade física), evitando abordagens genéricas por idade.
Impacto no setor de beleza
A demanda de Baby Boomers e Geração X acelera categorias como hidratação, antissinais, fotoproteção, cabelos grisalhos e bem-estar (body care, dermocosméticos). Entre perfis mapeados, ganham destaque consumidores “despreocupados”, mais comuns entre homens mais velhos da classe C: baixo envolvimento com beleza, alta sensibilidade a preço, praticidade e disponibilidade.
Aplicações práticas:
- Linhas pele madura com rotulagem legível e claims objetivos (hidratação, firmeza, barreira cutânea).
- Tônico/leave-in para fios grisalhos (brilho, neutralização de amarelado).
- Kits “tudo-em-um” (sabonete + creme + protetor) em farmácias e supermercados.
Perfis e preferências
A confiança e a continuidade pesam mais do que lançamentos “mirabolantes”. Nívea é exemplo recorrente de preferência associada a cuidados básicos e hidratação, apoiada por presença multicanal e preço percebido como justo.
Boas práticas de UX e comunicação:
- Rótulos claros, fontes maiores, passo-a-passo simples.
- Atendimento consultivo (farmácia, e-commerce, WhatsApp).
- Programas de lealdade com reposição e combos sazonais.
- Criativos com representatividade 50+ real (sem estereótipos/ageísmo).
Projeções de mercado
O mercado brasileiro de beleza deve superar US$ 40 bilhões até 2027, impulsionado por autocuidado, inovação pragmática e novos perfis de consumidores maduros mais digitais.
Onde investir:
- P&D em ativos para pele madura (barreira, elasticidade, microbioma).
- Portfólio enxuto de heróis (cleanser, hidratante, protetor) + extensões funcionais.
- Canais híbridos: farmácia, supermercado, e-commerce, assinatura.
Oportunidade para marcas
A economia prateada no Brasil recompensa quem combina tradição e inovação útil.
Checklist acionável:
- Produto: eficácia comprovada, textura confortável, fragrância equilibrada.
- Preço/embalagem: tamanhos econômicos e kits convenientes.
- Canais: presença forte em farmácias e marketplaces; WhatsApp para reposição e dúvidas.
- Conteúdo: educação (como usar, quando ver resultados), comparativos simples, depoimentos reais 50+.
- Medição: NPS por faixa etária, recompra 60/90 dias, adesão a assinatura.
Conclusão
A economia prateada no Brasil é uma das forças de consumo que mais crescem — e o mercado de beleza está no centro dessa expansão. Marcas que valorizam confiança, continuidade e bem-estar, com inovação que facilita a rotina, tendem a capturar share, ticket e lealdade. O futuro da beleza no país será tão prateado quanto for a capacidade das marcas de ouvir, respeitar e servir esse público.